Todos os anos no Brasil, cerca de 2,3 mil crianças morrem e outras 17 mil são hospitalizadas, vítimas como pedestres, passageiras em colisões de veículos ou ciclistas. Os números equivalem a cerca de 5% do total de mortes no trânsito, porém o impacto da morte de uma criança para a sociedade é incalculável. A dor e o desespero de uma família que perde uma criança geram conseqüências financeiras, emocionais e sociais muitas vezes irreversíveis.
São atitudes inseguras como crianças no trânsito desacompanhadas de um adulto enquanto pedestres e sem equipamentos de segurança como passageiras e como ciclistas que resultam nesses números. Também, a falta de locais seguros para brincar de bicicleta com segurança, por isso escolhe-se a rua. É importante ressaltar que a criança antes dos dez anos de idade não tem condições de compreender o trânsito. Ela ainda está desenvolvendo habilidades motoras e psicológicas para julgar velocidade, distância e espaço, além de ter a percepção audiomotora e a visão periférica limitadas, ou seja, não enxerga se vem carro dos lados e também não entende os sons.
Outra situação de lesão grave com crianças que tem aumentado é como passageira de motocicleta. O Código de Trânsito diz que crianças acima de sete anos ou que possuem condições de cuidar de si mesmas podem andar em motos. É comum ver crianças pequenas e frágeis, que mal conseguem abraçar o corpo do piloto, sendo transportadas nesses veículos de duas rodas, responsáveis pela morte de quase dois por dia no trânsito de São Paulo. Como se definir a idade para se andar de moto tendo em vista números tão violentos? A CRIANÇA SEGURA radicaliza e recomenda que apenas pessoas acima dos 18 anos podem andar de motocicleta.
Os adultos são responsáveis legais pela segurança das crianças como pedestres, passageiras de veículos e ciclistas. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente todos têm o dever de assegurar os direitos das crianças com absoluta prioridade. Isso inclui acompanhá-las nos trajetos a pé, instalá-las nas cadeirinhas de acordo com o peso até os 36 kg dentro dos veículos e ensiná-las a usar o capacete e sapatos fechados para andar de bicicleta sempre em locais seguros. Estas são atitudes de cuidado e de cidadania que o adulto responsável deve ter. A proposta da CRIANÇA SEGURA é inserir esse cuidado no dia a dia através da mudança de comportamento em prol da cultura de prevenção dos acidentes.
Sociólogos alegam que o brasileiro não aceita regras e, ao contrário disso, valoriza as atitudes irreverentes e transgressoras. O problema maior é que são estas mesmas pessoas que sofrem as consequências disso. Todos são impactados com a violência e falta de cuidado no trânsito. As crianças também crescem com esses valores e, com certeza, repetirão esse comportamento quando adultos e motoristas.
Ao analisar os fatos, pode-se pensar que a solução está muito longe, que não há mais jeito ou que está tudo perdido, mas algumas experiências têm mostrado que é possível transformar essa realidade. A CRIANÇA SEGURA, que faz parte da rede mundial Safe Kids Worldwide presente em 20 países, trabalha há dez anos para promover a cultura do cuidado e da prevenção dos acidentes com crianças, através da formação de multiplicadores em escolas, comunidades, órgãos de trânsito, entre outros locais. Quase dez mil pessoas já passaram por oficinas, treinamentos e cursos a distância que tem o objetivo de empoderar cidadãos a fazerem a diferença na vida de outras famílias para reduzir os números de mortes de crianças e adolescentes até 14 anos por acidentes. Também a instituição desenvolve ações de comunicação, através de assessoria de imprensa e de campanhas, e de advocacy para inserir a causa na pauta e no orçamento público. Conheça e participe www.criancasegura.org.br .
A CRIANÇA SEGURA, a convite da Organização Mundial de Saúde, é uma das instituições participantes da Década de Ações para a Segurança de Trânsito. Essa é uma mobilização mundial, que conta com a adesão do Brasil, promovida e lançada pela União das Nações Unidas no dia 11 de maio de 2011 que visa reduzir em 50% o número de mortes no trânsito até 2020. Estão previstas ações de gestão, segurança veicular, educação, melhorias de meio ambiente, entre outras. Essa é mais uma oportunidade das instituições, órgãos públicos e cidadãos se envolverem e fazerem a sua parte!
EU ACHEI MUITO ENTERESANTE
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