terça-feira, 28 de maio de 2013

INSTITUTO PAZ NO TRÂNSITO.


          Transformar luto em luta para mudar o perfil de um trânsito que faz uma vítima fatal, em média, a cada 10 minutos no Brasil. Certamente, esse princípio norteia a trajetória do Instituto Paz no Trânsito (IPTRAN), fundado pelo casal Gilmar e Christiane Yared, pais de um dos dois jovens vitimados num bárbaro crime de trânsito, que envolveu o então deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, ocorrido na noite de 07 de maio de 2009.
 
        A resposta ao bárbaro crime foi mais rápida e intensa que o automóvel do ex-deputado. O episódio deu início ao movimento “190 km/h é crime”, que ganhou repercussão nacional, com a distribuição voluntária de 500 mil adesivos e o registro de 19 milhões de pesquisas em sites de busca. Christiane Yared, por sua demonstração de força e luta por justiça, passou a ser procurada por outras mães que viveram experiências semelhantes, na busca de consolo e orientação.
 
        Em 18 de junho de 2010, pouco mais de um ano após a tragédia familiar, foi oficializada a criação do IPTRAN, uma instituição sem fins lucrativos, não-governamental e sem vínculos partidários. Hoje, o Instituto auxilia na reestruturação psicológica de familiares e vítimas não fatais de acidentes de trânsito.
 
           No entanto, o trabalho vai além, já que a função social do IPTRAN é contribuir ativamente para a redução do número de vítimas de acidentes de trânsito mediante a promoção e o incentivo de práticas sustentáveis de mobilidade urbana. A essência da instituição é desenvolver projetos que promovam conscientização e responsabilidade em motoristas e outros atores envolvidos no trânsito, a partir de ações educativas que instiguem o comprometimento com a vida, o maior valor defendido pela instituição.
 
           Desde então, o Instituto vem se consolidando como uma referência nas discussões sobre a temática do trânsito e mobilidade urbana, e contribui dia a dia para a redução do número de vítimas de acidentes e crimes de trânsito. Para atingir esse objetivo, além do Núcleo de Atendimento às Vítimas (NAVI), o Instituto conta hoje com vários projetos em andamento, como Táxi Seguro, Reflexão, Curta a Vida, Motorista Cegonha e Multiplicadores em Ação.
 
          Christiane sempre costuma dizer que não enterrou um filho, e sim que o plantou. Com o IPTRAN, a sociedade já começa a colher os frutos.
 
 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Gazeta do Povo: Redobre o cuidado ao atravessar a rua.


 

Redobre o cuidado ao atravessar a rua
 
Antonio More/ Gazeta do Povo / O cruzamento das ruas Visconde de Nácar e Fernando Moreira é um dos 15 locais com alto risco de atropelamento na capital
 
          Quatro em cada dez mortes no trânsito de Curitiba ocorrem em atropelamentos. Desatenção dos pedestres provoca a maior parte das colisões
 


          O atropelamento é o tipo de acidente que mais mata no trânsito de Curitiba e a culpa, em geral, é do próprio pedestre. A conclusão é de um levantamento feito pelo projeto Vida no Trânsito, existente desde 2010, que reúne e cruza dados de pelo menos sete órgãos cujo trabalho envolve o atendimento a vítimas de acidentes veiculares.
 
          Em 2011, 128 pessoas morreram atropeladas na capital – o equivalente a 40% do total de óbitos no trânsito registrados no período –, quase sempre atingidas por automóveis (45% dos casos). No primeiro semestre do ano passado (o balanço anual de 2012 ainda não foi fechado), foram 60 atropelamentos que resultaram em morte (41%), de um total de 144 ocorrências.
 
          Com base nesses dados, o diretor da Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran) Cassiano Novo diz que já é possível saber, por exemplo, que os pedestres contribuem mais para a ocorrência de atropelamentos do que os veículos. “Os pedestres admitem que frequentemente atravessam fora da faixa e assumem comportamento de risco. Eles também demonstram não ter noção sobre a diferença entre pontos de travessia seguros e inseguros”, afirma.
 
         Mas a aparente despreocupação do pedestre não é o único fator de risco, alerta Novo. A falta de infraestrutura viária e a idade dos transeuntes também favorecem a ocorrência de atropelamentos. Em 2011, por exemplo, 51 vítimas de atropelamento tinham 60 anos ou mais (40% do total). “Esse quadro se deve à mobilidade reduzida do idoso, que demora alguns segundos a mais para atravessar.”
 
Bebida
 
          O presidente da Asso­­ciação Brasileira de Pedestres (Abraspe), Eduardo José Daros, discorda da responsabilidade depositada no pedestre e coloca a culpa da maioria dos atropelamentos na conduta dos motoristas. “Quando uma pessoa é atropelada a 30 quilômetros por hora, a probabilidade de ela morrer é de 5%. Se ela for atropelada a uma velocidade de 60 quilômetros por hora, a probabilidade passa a ser de 85%”, revela.
 
          Tanto Novo quanto Daros são unânimes em apontar o consumo de álcool como um fator decisivo para o atropelado e para o condutor do veículo. O projeto Vida no Trânsito não tem o detalhamento do índice alcoólico em vítimas de atropelamento. Mas, para se ter uma ideia do problema, 19 dos 34 mortos no trânsito em março de 2012 tinham alguma concentração de álcool no sangue.
 
   Atropelada no ponto de ônibus
Henry Milleo/Gazeta do Povo / <b>Atropelada no ponto de ônibus</b>: Elo mais fraco do trânsito, o pedestre também é a principal vítima mesmo quando não tem culpa. A auxiliar administrativa Joyce Elisa Cavalheiro (foto), 29 anos, estava em um ponto de ônibus, às 6h30 da manhã, quando foi atingida por um carro desgovernado. O acidente ocorreu em fevereiro deste ano, na Vila Nossa Senhora da Luz, na Cidade Industrial. O motorista fugiu sem prestar socorro. “Quem me ajudou foram pessoas que viram o acidente, mas elas não conseguiram anotar a placa do motorista. Fiquei uns 20 dias com marcas roxas e me atacou uma lombalgia. Mas ainda bem que não foi pior”, disse. Joyce, que já tinha se envolvido em outros acidentes, conta que este foi o que mais a assustou, já que todos os dias precisa voltar ao mesmo ponto de ônibus no qual viveu os momentos de susto durante o atropelamento (AL)
 
          Elo mais fraco do trânsito, o pedestre também é a principal vítima mesmo quando não tem culpa. A auxiliar administrativa Joyce Elisa Cavalheiro (foto), 29 anos, estava em um ponto de ônibus, às 6h30 da manhã, quando foi atingida por um carro desgovernado. O acidente ocorreu em fevereiro deste ano, na Vila Nossa Senhora da Luz, na Cidade Industrial. O motorista fugiu sem prestar socorro. “Quem me ajudou foram pessoas que viram o acidente, mas elas não conseguiram anotar a placa do motorista. Fiquei uns 20 dias com marcas roxas e me atacou uma lombalgia. Mas ainda bem que não foi pior”, disse. Joyce, que já tinha se envolvido em outros acidentes, conta que este foi o que mais a assustou, já que todos os dias precisa voltar ao mesmo ponto de ônibus no qual viveu os momentos de susto durante o atropelamento (AL).
 Vigilância
Setran monitora 15 pontos de alto risco para atropelamento
 
          A Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran) monitora, desde o mês de março, 15 ruas e cruzamentos considerados de alto risco para atropelamentos. Dez pontos ficam na região central da capital, um no Portão, um no Novo Mundo, um no Campo Comprido e um no Sítio Cercado. De acordo com o coordenador de Educação e Formação da Setran, Adilson Lombardo, a maioria dos pontos teve um ou dois atropelamentos com morte no último um ano e meio. Porém, mais que o número de óbitos, o grande fluxo de pedestres e a velocidade empregada em algumas vias fez com que esses locais fossem eleitos como pontos críticos.
 
          “A região da Avenida Presidente Kennedy com a República Argentina, por exemplo, teve um atropelamento fatal nesse período, mas o fluxo no local é tão intenso que se tornou um dos pontos monitorados. Existem ainda aqueles locais que têm passagem esporádica de pedestres, mas grande risco devido à velocidade e outros fatores, como falta de sinalização aos pedestres, como o Contorno Sul”, explica.
 
          Segundo Lombardo, o monitoramento depende de uma série de avaliações, com idas de equipes técnicas aos locais de risco. Há visitas de integrantes dos setores de engenharia e de fiscalização, e em paralelo há um trabalho de pesquisa e orientação com os pedestres. “Fizemos aproximadamente 500 pesquisas até agora que vão nos ajudar a traçar as próximas ações para tentar diminuir os acidentes desse tipo.” (AS).
 
 
Objetivo
 
Programa visa a reduzir pela metade o número de acidentes até 2025.
 
          A coordenadora de diagnóstico da Secretaria de Saúde de Curitiba, Vera Lídia, diz que o objetivo do projeto Vida no Trânsito é reduzir o número total de acidentes pela metade até 2025, como parte de um projeto coordenado pelo Ministério da Saúde. “Aqui em Curitiba estamos percebendo que o principal fator de risco é o uso do álcool e a partir de detecções como esta há um trabalho de intensificação de blitz nas ruas”, explica.
 
          O programa Vida no Trânsito tem a participação de sete órgãos: Batalhão de Polícia de Trânsito, Polícia Rodoviária Federal, Instituto de Criminalística, Secretaria Municipal da Saúde, Secretaria Municipal de Trânsito, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate).
 
        Vera diz que nunca é demais lembrar ao pedestre que a melhor prevenção ao atropelamento é tomar cuidado ao atravessar a rua. (AS)
Atenção redobrada

          Veja abaixo os 15 pontos com alto risco de atropelamento monitorados pela Setran em Curitiba:
 
• Av. Marechal Floriano Peixoto com Av. Sete de Setembro;
• Sete de Setembro: trecho da Alferes Poli até Praça do Japão;
• Travessa da Lapa: trecho entre Av. Visconde de Guarapuava e Alfredo Bufren;
• Av. João Gualberto: entre Luiz Leão e Mauá;
• Av. Sete de Setembro com General Carneiro;
• General Carneiro com Sete de Setembro;
• Affonso Camargo com Sete de Setembro e com Mariano Torres;
• André de Barros com Des, Westphalen;
• André de Barros – trecho entre Visconde de Nacar e Trav. Frei Caneca;
• Fernando Moreira com Visconde de Nácar;
• Visconde de Nácar com Cruz Machado;
• Av. Kennedy com Av. República Argentina (Portão);
• Av. República Argentina com Pedro Zagonel (Novo Mundo);
• Rua João Falarz com Pedro Viriato Parigot de Sousa (Campo Comprido);
• Izaac Ferreira da Cruz - perto do terminal do Sítio Cercado.
 
Interatividade.
 
Que tipo de ação educativa pode ajudar a reduzir os casos de atropelamento?


 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Corpo de Bombeiros.

Aula de campo: Visita ao
Corpo de Bombeiros do município.
 
    
 
  
 
  

  
 
  

  
 
 
  

 
 
  

  
 
 

Gazeta do Povo: caso Carli Filho.

 
justiça

Júri do caso Carli Filho deve ocorrer no segundo semestre.
 
Ivonaldo Alexandre/Agência de Notícias Gazeta do Povo / Faixa colocada na Rua Ivo Zanlorenzi, pela família de Gilmar Yared, lembra os quatro anos do trágico acidente envolvendo o ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho
 
Faixa colocada na Rua Ivo Zanlorenzi, pela família de Gilmar Yared, lembra os quatro anos do trágico acidente envolvendo o ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho.
 
        Marcação do julgamento depende do Tribunal de Justiça do Paraná, que deve decidir se utiliza ou não o exame de alcoolemia como prova contra o ex-deputado.   


    O júri chamado para o caso que envolve o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho deve ocorrer ainda no segundo semestre deste ano, provavelmente entre setembro e dezembro. A marcação da data do julgamento é esperada em 30 ou 40 dias, conforme a previsão de Elias Mattar Assad, o advogado da família de Gilmar Souza Yared, 26 anos, uma das vítimas do acidente que ocorreu há exatamente quatro anos, e no qual morreu também o jovem Carlos Murilo de Almeida (20).
 
O processo se encontra no Tribunal de Justiça do Paraná, que deve decidir se a prova da embriaguez do réu poderá ser utilizada no julgamento. Em um primeiro momento, o tribunal descartou os autos, mas após o recurso do Ministério Público, o Superior Tribunal de Justiça pediu que o TJ-PR reavaliasse a decisão.
Cronologia
 
7 mai 2009 – O carro conduzido pelo então deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho bate no veículo ocupado pelos jovens Gilmar Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida, durante a madrugada, na esquina das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski, no bairro Mossunguê, em Curitiba. Os rapazes morrem. Carli Filho é internado e fica um mês no hospital.

Mai 2009 – Testemunhas afirmam que o deputado bebeu antes de dirigir. Laudo do Instituto Médico Legal comprova que Carli Filho tinha 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue, o que é considerado crime de embriaguez ao volante. Carli renuncia ao cargo no dia 29. 

Ago 2009 – Laudo do Instituto de Criminalística mostra que o carro do ex-deputado estava entre 161 e 173 km/h. O laudo é encaminhado à Delegacia de Delitos de Trânsito, que o indicia por duplo homicídio com dolo eventual. O Ministério Público denuncia o ex-parlamentar por duplo homicídio qualificado. 

Set 2009 – O juiz Daniel Surdi Avelar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, aceita a denúncia, mas invalida o exame de embriaguez, já que a amostra de sangue foi coletada sem a autorização do ex-deputado. Reportagem da Gazeta do Povo apura que o então deputado havia sido multado 30 vezes em seis anos, sendo 23 delas por excesso de velocidade. O deputado possuía 130 pontos na carteira e não poderia estar dirigindo desde julho de 2008. 

Jan 2011 – A Justiça decide que o ex-deputado vai a júri popular. A defesa recorre ao TJ para reverter a decisão. 

Jun 2011 – O TJ decide afastar os elementos que consideram o homicídio como qualificado, mas mantém a acusação de duplo homicídio simples com dolo eventual, e decide que Carli Filho vai a júri popular. A defesa anuncia que vai recorrer. 

Fev 2013 - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determina que o Tribunal de Justiça do Paraná reavalie se o exame de alcoolemia – realizado a partir de uma amostra de sangue de Luiz Fernando Ribas Carli Filho – poderá ser usado como prova no processo. 

Mar 2013 – A decisão do STJ adia o júri popular, que estava marcado para o dia 26 de março, já que o caso só poderá ser julgado após o TJ-PR se manifestar sobre o exame. 

Mai 2013 – Quatro anos depois do acidente, o júri popular ainda não foi marcado. O processo se encontra no TJ-PR, já com pronunciamento da Procuradoria de Justiça do Estado do Paraná, que opinou pela validade da colheita do exame de alcoolemia. A previsão é de que o julgamento ocorra ainda no segundo semestre deste ano.
 
 
        “Como se trata de julgamento por pessoas do povo, entendo que a prova cientifica é sempre valiosa para os jurados firmarem a convicção”, afirma a promotora Lúcia Inês Andrich, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

        Segundo Assad, porém, a admissão dessa prova é indiferente. “Nós já temos provas suficientes de que o réu dirigia embriagado naquela noite. Temos testemunhas que podem comprovar isso, além do próprio réu, que confessou ter bebido”.
 
        A defesa, no entanto, discorda do MP e considera ilícita a prova da embriaguez, pois foi coletada enquanto o ex-deputado estava inconsciente. “A defesa questiona também o laudo feito pelo Instituto de Criminalística que faz conclusões inverossímeis”, afirma Gustavo Scandelari, advogado de Carli Filho. “Outro laudo, apresentado a pedido da defesa, contesta a velocidade de 190 km/h supostamente atingida pelo veículo de Carli Filho”, complementou.
 
        No entanto, no domingo (5), Christiane Souza Yared, mãe de Gilmar Yared, divulgou um vídeo na internet [assista abaixo] em homenagem ao filho e lamentou a demora da Justiça. “A luta continua. Nem eu, nem teu pai, nem quem te ama irá desistir. Tua morte não será em vão”, diz em trecho do vídeo.
 
Demorado
 
        Segundo o advogado da família da vítima porém, o processo está correndo em um ritmo regular, “embora a opinião pública considere quatro anos um tempo demorado”. Uma tese compartilhada também pelo MP, que frisou que “o presente caso teve seu tramite concluido em primeiro grau em menos de dois anos, embora tenham sido ouvidas inúmeras testemunhas arroladas pelas partes”.
 
        A velocidade do trâmite, no entanto, foi questionada também pela defesa de Carli Filho, mas por ser “excessivamente rápida”. “Há vários casos inclusive mais graves, com mais vítimas, de réus presos, que não gozam dessa velocidade processual”, salienta Scandelari.
 
        O ex-deputado Carli Filho responde na Justiça pelo crime de duplo homicídio simples com dolo eventual e, em caso de condenação, pode receber uma pena entre 6 e 20 anos, com um potencial acréscimo de 50%, já que no acidente houve mais de uma vítima. O MP espera, no entanto, uma condenação do acusado por duplo homicídio qualificado, uma vez que recorreu da decisão do Tribunal de Justiça do Paraná, que derrubou a qualificadora. Nesse caso, a pena pode variar entre 12 e 30 anos.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Caminhada em torno da escola.

Caminhada em torno da escola.

        Os alunos dos 5º ano: A, B, C, caminhando em torno da escola para observar o trânsito.