07/05/12. Redação Bem Paraná, com Banda B.
Três anos da morte de Gilmar Yared e Carlos Murilo de Almeida em acidente causado por ex-deputado
Fernando Ribas Carli Filho é acusado pelo acidente e deve ser levado à júri popular
Depois do acidente, Carli Filho renunciou ao cargo de deputado estadual.
TJ nega recursos para evitar julgamento de Carli Filho por Tribunal do Júri.
TJ nega recurso e Carli Filho será julgado pelo Tribunal do Júri 2 Nessa segunda-feira (7), completa três anos da morte de Gilmar Rafael Yared, de 26 anos e Carlos Murilo de Almeida, de 20, em um acidente automobilístico. Ele foram atingidos por um veículo conduzido pelo então deputado Fernando Ribas Carli Filho.
A violência da batida foi suficiente pára tirar a vida dois rapazes na hora. O parlamentar chegou a ficar internado em estado grave na UTI do Hospital Evangélico. Testemunhas afirmaram que Carli Filho havia consumido quatro garrafas de vinho antes do acidente. A amostra sanguínea comprovou que o ex-parlamentar apresentava sinais de embriaguez.
Vinte dias após o acidente, Carli Filho renunciou ao cargo de deputado estadual, em uma decisão até então inédita na história política do Estado. Depois de três meses de investigações, o ex-deputado foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual, quando o acusado assume o risco de causar dano. A perícia apontou que o ele dirigia a uma velocidade que pode ter chegado a 173 km/h no momento da colisão.
Em janeiro do ano passado, o juiz Daniel Surdi de Avelar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri determinou que Carli Filho fosse levado a júri popular. Desde então, a defesa tenta reverter a decisão junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que vai definir se o ex-deputado poderá ou não recorrer junto ao tribunais superiores em Brasília.
De acordo com o assistente de acusação do Ministério Público, Dr. Elias Mattar Assad, o julgamento de Carli Filho deve ser realizado até o fim deste ano. “O primeiro desafio da causa é levá-lo a júri. O segundo é que ele receba uma pena justa”, disse. O advogado explica que, caso seja condenado, o ex-deputado, pode pegar de nove a 30 anos de prisão.
A demora no trâmite é justificada pela alta demanda de processos da comarca que julga o processo. Mattar Assad conta que o Tribunal tem condições de julgar dez crimes por mês, enquanto o número de homicídio em Curitiba, por exemplo, chega a 30 semanais. “O tempo de três anos é razoável para a complexidade desse caso e para o nível de discussões que vem sendo travado”, opinou.
Os advogados de defesa do ex-deputado Carli FIlho foram procurados, mas não retornaram as ligações até o fechamento desta reportagem.
Se para a justiça os três anos são considerados normais, para a mãe de Gilmar Yared, morto no acidente, Christiane Yared, os tempos foram de tempestade.
Recentemente, ela contou ter sido ameaçada de morte por uma pessoa que teria recebido cerca de 300 mil reais para matá-la. “Nós enfrentamos uma verdadeira batalha dentro e fora dos tribunais e ainda temos a sensação da impunidade”, afirmou.
Depois da morte do filho, Christiane criou em junho de 2010 o Instituto Paz no Trânsito. A entidade apoia cerca de 100 famílias de vítimas de acidentes de trânsito, além de condutores infratores.
A tristeza em perder o filho para o trânsito violento não tira a esperança da mãe do jovem. Ela espera que a tragédia de sua família tenha o poder de mudar a postura de outros motoristas. “Alguma coisa de boa pode sair disso tudo. A leitura dos jovens disso tudo. Eu quero que isso seja um marco”, destacou Christiane. Banda B.
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