Droga no
trânsito
Dez toxicólogos franceses estão
empenhados na luta para que seja implantada uma lei que proíba usuários de
drogas conduzirem. Um dossier foi endereçado aos deputados, que estão dispostos
a discutir sobre o assunto.
Para o professor Claude
Got, especialista em acidentologia, essa medida é inutil, pois, custaria caro em
vista da comprovação de um baixo índice de acidentes causados por consumidores
de drogas. Porém, o toxicólogo Patrick Mura realizou um estudo entre 2000 e
2001, mostrando que 20% dos condutores implicados em acidentes continham THC no
sangue (um dos dois princípios ativos da maconha – droga comumente usada);
segundo ele: "Dizer que o laço entre acidentes de trânsito e o consumo da
maconha não é claramente estabelecido é uma contra-verdade…"* e alega que é
preciso fazer algo agora, sem esperar que esse índice aumente e torne-se
incontrolável.
Tal droga, tão difundida
entre os europeus, não deixa de ser motivo de inquietação. O aumento do consumo
tem sido progressivo causando danos, não somente aos usuários, mas à toda
sociedade; sobretudo aos jovens e adolescentes, influenciados pela "moda", que,
depois de viciados, percebem os desgastes físicos e morais, tentando, com
dificuldade, livrar-se dela. Muitos, obviamente, evoluem de uma droga a outra, estragando completamente
suas vidas.
O que essa equipe propõe é
que sejam feitas duas etapas de procedimento que funcionam bem nos Estados
Unidos, Alemanha, e em alguns outros países da Europa: diante de um
comportamento estranho do condutor, que seja verificado através do teste de teor
alcoólico (ethylotest) se a causa é o álcool, não sendo, que efetue-se o exame
de sangue para detectar a presença de substâncias psico-ativas. Reinvindicam
também que, se apreendida a carteira do motorista por tal motivo, esta só lhe
seja restituída após o exame dos cabelos, que detecta se a pessoa realmente
deixou o vício.
Não são poucos os que
estão de acordo que esses procedimentos não seriam tão difíceis e custosos, como
afirmam os que são contra a implantação da lei; pois, havendo uma maneira de
"cortar o mal pela raiz", diminuindo, assim, o índice de acidentes e mortes, que
seja aplicada, mesmo que isso pareça insignificante. Se toda vez que uma lei
fosse aprovada (como o uso da maconha), outras, evitando as más consequências da
primeira, fossem imediatamente postas em prática, o mundo não teria tantos
absurdos causados pelo ser humano.
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